“O que a vida quer da gente é coragem”
Guimarães Rosa
Consciente ou inconscientemente, a maioria das pessoas faz um pacto diário com a sua dose de coragem, para ter uma vida digna, cumprir a sua missão, enfrentar os desafios do cotidiano, com o objetivo de superá-los.
Um das propostas desse artigo é colocar holofotes nessa competência, levando-a ao primeiro lugar do nosso pódio interno, pois nos últimos dois anos ela foi nossa grande parceira e uma das maiores responsáveis por termos sobrevivido ao caos da Pandemia, mantendo a nossa fé e nos motivando a continuar a trajetória, independentemente, de todos os problemas experimentados. A outra é erradicar a crença de que coragem é ausência de medo.
O mantra atual é “fazer com medo mesmo”.
Nelson Mandela, em seu livro “Longa Caminhada até a liberdade” nos incentiva a tomar essa atitude com a importante declaração: “Aprendi que a coragem não é ausência de medo, mas o triunfo sobre ele”.
Ao nos conscientizamos da importância dessa competência e da sua presença significativa em nosso repertório, interessamo-nos em conhecê-la um pouco mais.
Etimologicamente, a palavra vem do francês courage, que é sinônimo de coração. Ela nasce no lugar que é a morada dos sentimentos, tais como medo, vergonha, alegria, tristeza, incerteza, esperança, sucesso, fracasso etc. Tem também o significado de ânimo, que nos remete à alma.
Coração e alma estão na base dessa competência, que representa a nossa força interior aliada à persistência para enfrentar situações consideradas difíceis, no aspecto moral e emocional.
Em todas as vezes que encontramos obstáculos e decidimos ultrapassá-los, demos permissão para a nossa coragem se fortalecer.
Lógico que os “nãos” também foram falados em alguns desses momentos, em função da paralisia gerada pelo receio de agir, falar, arriscar, fracassar, ser rejeitado e julgado.
E não há nada errado com isso, na nossa condição de seres humanos. O importante é saber que o ânimo mora em nós e aprender os mecanismos para deixá-lo aflorar na vida que queremos e merecemos ter.
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Uma das estudiosas do assunto, Alejandra Cortés Diaz, argumenta que o processo de crescimento nos exige assumir o resultado das nossas escolhas, opiniões e comportamentos. Paralelamente, nos impõe a necessidade de desenvolvermos a bravura de reconhecer as responsabilidades, as imperfeições, a aceitação da nossa história.
Logo, descobrir o caminho das pedras para estimular a nossa coragem passa pelo autoconhecimento, que envolve saber quais são nossas crenças, fortalezas, limitações.
Para tal, é vital admitir nossas dificuldades e ter humildade para pedir ajuda, sempre que necessário. É importante também ouvir a opinião do outro, sem a pretensão de saber e dar conta de tudo.
Muitas vezes, o temor de fazer é motivado pela nossa comparação com outras pessoas. O ser humano é único. Ao invés dessa atitude, podemos usar a inspiração e aprender o que admiramos.
A armadilha de se preocupar com a opinião alheia nos faz acreditar e valorizar fakes sobre nós mesmos, ao invés dos fatos verdadeiros, impedindo o nosso posicionamento e a defesa das nossas verdades.
A crença no perfeccionismo cristaliza o medo e enfraquece o ânimo. O ditado popular “O feito é melhor do que é o perfeito” é sábio e nos ajuda a abraçar a nossa ousadia.
O mundo atual, na sua contínua metamorfose, traz também à tona um novo ensinamento sobre a coragem, apresentado pela pesquisadora americana Brené Brown, especialista no tema, no seu livro “A Coragem de Ser Imperfeito”. Ela defende que “a vulnerabilidade não é fraqueza, mas a melhor maneira de se medir a coragem e o caminho mais acertado para chegar à transformação.
A vida continuará sendo um milagre e um ato de coragem diário!
Alie-se a essa competência, aceite-se como é e libere o seu potencial para ter sucesso e ser feliz.
Referência:
ANTUNES, Lucedile – Coordenação Editorial. Soft Skills – Competências Essenciais para os novos tempos. Literare Books: São Paulo,2020.
Walkiria Almeida é Mestre em Administração com concentração em Gestão Internacional pela ESPM- Escola Superior de Propaganda Marketing. Tem mais de 30 anos de experiência como Secretária Executiva de presidência e diretoria. É palestrante nacional e internacional, com destaque em sua participação no 1º Fórum Internacional de Secretariado, em Moçambique. É membro do Comitê de Secretariado de Moçambique e Professora da FMU- Faculdades Metropolitanas Unidas, no Curso de Secretariado Executivo Trilíngue e recebeu em agosto de 2020 o prêmio “Excelência acadêmica FMU”.




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1 Comment
Adorei.