Geralmente, em um ambiente internacional, você não vai ter apenas pessoas de mesma nacionalidade que a da sua matriz, mas, também, terá acesso aqueles funcionários que estão expatriados nas diversas unidades da empresa para a qual você trabalha.
Participar de discussões sobre política de determinado país não vai fazer de você a pessoa mais inteligente e impressionante se você resolver tomar partido de assuntos sobre uma cultura que você nunca viveu, mas que apenas conhece dos livros, das mídias, dos vídeos ou das redes sociais. Não podemos ser prepotentes a ponto de achar que só porque somos “antenados” às notícias ou porque conhecemos alguém de certa nacionalidade, que já sabemos tudo sobre um lugar em que você nunca viveu e que nem teve a chance de conhecer pessoalmente, de estudá-lo e de aprender os diversos aspectos políticos e sociais com seu povo.
Morando no exterior e conhecendo melhor o país em que vivo atualmente, me vi fazendo esta reflexão algumas vezes, quando, ao estar junto a executivos que aqui estão expatriados, percebi pessoas que não fazem questão de se misturar aos (cidadãos) locais, mas que fazem duras críticas sem nem mesmo conhecer e se interessar pela “raiz” daquele tipo de hábito ou comportamento. Isto me remete sempre aos tempos em que eu, no Brasil, atendia executivos expatriados. Duras críticas ao nosso país eram feitas sem embasamento cultural, sem conhecer ou entender os aspectos políticos e sociais.
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Assim, eu observava algumas pessoas da minha nacionalidade se juntando ao grupo de críticos para engrossar o coro, achando que estava se mostrando muito conhecedor do país do outro sem nunca ter estado lá para poder comparar e falar mal do seu próprio país. Fazendo o exercício inverso, resolvi escrever ao Secretariado, pois acredito ser este um skill importante a ser desenvolvido: o entender o outro.
Cabe a nós, profissionais do Secretariado, dissolver tais discussões ou tentar mostrar outros lados. Precisamos sempre que possível, tentar entender o outro, o porquê de determinado comportamento e hábito. Qual a história daquela pessoa e de sua família? Qual a história do país do outro? Se não conhece, seja neutra, procure saber e seja transformadora!
Estou escrevendo aqui, me dirigindo às minhas colegas Secretárias de maneira mais direta, mas, sim, ciente de que temos também excelentes Secretários. Acho o tema pertinente a todos, na verdade, sem distinção de profissão.
O mundo está tão cheio de coisas boas, de pessoas boas e situações bonitas para podermos compartilhar e cabe a nós ser um agente transformador, contribuindo para a melhoria do clima organizacional do grupo. Porque compartilhar coisas negativas, as quais nem conhecemos? Essa é uma boa e rica reflexão a ser feita.
Quantos problemas nós podemos evitar se procurarmos entender aquele colega novo que chegou, perdido, do outro país, independentemente da posição hierárquica dele?
Convide-o para um café, para quebrar o gelo, e tente perceber se a pessoa está sendo acolhida. Dê uma olhada em volta e tente transformar o dia de alguém! Tenho certeza de que tudo vai ficar mais fácil e a integração será mais tranquila quando se acolhe o outro.
Adriana Carvalho é formada em Secretariado Executivo Bilíngue e Tradução – Inglês pela PUC Campinas e Pós-graduada em Gestão de Negócios pela FAE Business School em Curitiba. Atuou por 21 anos como Secretária de Diretoria em multinacional da indústria automotiva e conta com experiência em trabalhos no exterior. Hoje mora na China e coordena um grupo de mulheres expatriadas promovendo atividades culturais e de integração na comunidade. Casada, mãe de um rapaz de 17 anos, tem como hobby a fotografia e escreve para o blog “Por Aí, Viagens e Cultura” (www.poraiviagensecultura.blogspot.com) em que relata um pouco da história e cultura dos lugares que já visitou.




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2 Comments
Adriana, adorei o seu artigo.
Obrigada, Fabio!!!